segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

EDUCAÇÃO : ATO FUNDANTE E ESTRUTURANTE NA FILIAÇÃO DO DESEJO


http://www.apbaonline.com.br/publicacoes/view/23

Descrição
Não se faz possível, hoje, ignorar que a questão da subjetividade esteja atravessada de conceitos psicanalíticos, abrindo fronteiras epistemológicas, repercutindo nos diversos campos do conhecimento. Num desses campos do conhecimento, encontra-se a Educação formal resistindo, muitas vezes, a uma interlocução com a Psicanálise, enquanto esta, pede licença à Educação para escutá-la, sem perder de vista que Freud (1923-1925) indicou, como profissões impossíveis, educar, psicanalizar e governar. Entretanto, a educação assujeita-se a um estatuto ético que preside à ordem de compreensão da realidade.
Este artigo tem como objetivo abordar a educação desde o que concerne à educação familiar, entendendo que esta não está dissociada da educação formal. Considera-se a primeira como fundante e estruturante na filiação do desejo[1] da segunda, o que possibilita à criança e aí está implícito o aluno inscrever-se como independente e autor do seu próprio “texto”.


[1] Desejo, s.f.(alem.:Begierde, Begehren, Wunsch: fr.: désir;ing.: wish). Falta inscrita na palavra e efeito da marca do significante sobre o ser falante. Em um sujeito, o lugar de onde vem sua mensagem lingüística é chamada de Outro, parental ou social. Ora, o desejo do sujeito falante é o desejo do Outro. Constitui-se a partir dele, é uma falta articulada na palavra e é a linguagem que o sujeito não poderia ignorar, sem prejuízos. Como tal, é a margem que separa, devido à linguagem, o sujeito de um objeto supostamente perdido. Esse objeto é a causa do desejo e o suporte do fantasma do sujeito. (CHEMAMA, 1995, p. 42)

obs: Artigo já publicado, com reformulações, no livro: Psicanálise e Educação: (im)passes subjetivos contemporâneos. Salvador: Quarteto, 2011.
 
Autor
Arlene Nascimento Pessoa   

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